segunda-feira, dezembro 24, 2007

futuro

ah... essa simplicidade que não me convence. quero meu próprio olhar de volta. talvez agor esteja disposta a deixar esse mundo relutante pra trás e comçar um futuro mais simples. que abram os olhos. que possa começar. talvez esperem. talvez não.

domingo, dezembro 23, 2007

"Canção pra Jade"

"Desde quando eu te vi. Tudo ficou mais lindo:A rua, a lua, o sol no céu luzindo.Olhando teu olhar, Ouvindo a tua voz. Chego a não crer, a me surpreender, feliz, sorrindo. Estrela singular. Da luz do amor nascida. Antieclipse lunar da minha vida. A cada passo teu segue meu coração, por entre os móveis, calçadas, parques e avenidas.

*Viva cada instante, viva cada momento, Proteja da razão teu sentimento.Tente ser feliz enquanto a tristeza estiver distraída. Conte comigo a cada segundo dessa vida.*

E o tempo vai passar ao longo dessa estrada. Novas estórias lhe serão então contadas.E você vai crescer, sonhar, sorrir, sofrer entre vilões, moinhos, dragões e poucas fadas.

*Viva cada instante, viva cada momento, Proteja da razão teu sentimento.Tente ser feliz enquanto a tristeza estiver distraída. Conte comigo a cada segundo dessa vida.*"

(Toquinho)

quarta-feira, dezembro 19, 2007

liberdade

já sinto uma leve brisa. como se a liberdade estivesse esperando pra entrar. e está quase. já sinto as asas e o mundo aberto pra mim. quero voar pra longe. voltar algum dia. mas agora me faria bem voar. só onde eu possa ver pessoas sorrirem, andando, leves.. felizes...livres. quero a felicidade e a liberdade do mundo. talvez esteja perto. talvez a transição comece semana que vem.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

...

e com tantos espaços soltos no mundo. desejo um só. me dói ver essa distância absurda. e quando vou poder estar perto? ir e ficar.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

medo

[...]

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

Medo de olhar no fundo. Medo de dobrar a esquina. Medo de ficar no escuro. De passar em branco, de cruzar a linha. Medo de se achar sozinho. De perder a rédea, a pose e o prumo. Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo. Medo estampado na cara ou escondido no porão. O medo circulando nas veias. Ou em rota de colisão. O medo é do Deus ou do demo. É ordem ou é confusão.O medo é medonho, o medo domina. O medo é a medida da indecisão.

Medo de fechar a cara, medo de encarar. Medo de calar a boca, medo de escutar. Medo de passar a perna, medo de cair. Medo de fazer de conta, medo de dormir. Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer. Medo de se amargurar pelo que não se fez. Medo de perder a vez. Medo de fugir da raia na hora H. Medo de morrer na praia depois de beber o mar. Medo... que dá medo do medo que dá. Miedo... que da miedo del miedo que da.

[Miedo - Composição: Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis]

terça-feira, dezembro 11, 2007

pessoas

quem mede as pessoas? quem pode perceber além da superficialidade? se as pessoas são pequenas. controversas. dificeis. meio tristes. felizes demais. estranhas. quem pode dizer? quem não é? em certos dias você assiste um pouco certas pessoas. aprende a gostar. a admirar. as mais diferentes. as mais controversas. de um modo confuso. sabe que despedidas são necessárias. sabe que certos laços se quebram. mas sente tanto por eles. como se a cada diz precisasse se refazer de novas despedidas. uns pelo barulho. outros pela atenção. um respeito. ou no minimo um poudo de carinho adquirido.

domingo, dezembro 09, 2007

começar

sumiram. já não consigo vê-los. de algum modo as janelas não podem ser abertas. me volta um rosto de menina que se esconde embaixo dos lençois. que volta pro quarto sozinha. e tranca a porta. pra ficar. por qualquer tempo. talvez nenhum seja suficiente. basta pra ela. os desejos dissipam. pretende começar. talvez possa voltar. o tempo pode esperar um pouco. ela acalma o próprio corpo. tem tanto pela frente. que detalhes podem ser deixados pra trás. com sorrisos. com lembranças boas. com o que puderam deixar perto dela. lhe restam algumas fotos. alguns convites. alguns trechos escritos nos melhores dias. talvez páginas inteiras de boas lembranças. nada a impede de ter mais pela frente. só esse sensação. estranha. e reconfortante. o mundo de braços abertos. tanta força na sua voz de menina. tantos sonhos presos. tantos lugares. tem tanto do mundo pra ver. agora começa a correr. a perder a imagem do espelho. partindo para o outro lado. uma viagem de sonhos. sem limites. sem prisões. sozinha. pessoas pra serem vistas. deixando sorrisos. mas seguindo sozinha. por seus próprios pés. finalmente aprende a começar.

lugares perfeitos?


sexta-feira, dezembro 07, 2007

pena

pena. pena que eu não posso simplesmente nascer de um dia pro outro. que eu não posso só ir embora. que eu sinto tanto por todos eles. que eu me puno tanto. por que ninguém vê isso? eu queria, que me olhassem diferente uma noite. só uma. que eu fosse outra. que de algum modo eu pudesse ser melhor. que pusessem simplesmente me amar. que os meus defeitos pudessem passar desapercebidos pelo menos uma vez. que o mundo fosse diferente e não esperasse tanto de mim. porque eu não sou perfeita. porque qualquer pessoa merece errar. merece um pouco de aceitação e amor. porque ninguém consegue ser perfeito o tempo inteiro. eu não sou imune. eu não sou igual. não consigo. não choram por noites inteiras. por tudo que eu eu perdi. em uma só noite. em toda essa sensação absurda. de ficar sozinha. de achar que o mundo está de costas pra mim. de aceitar isso. é opção minha? talvez seja. talvez eu precise de um tempo. como qualquer um precisa. um tempo sozinha. um tempo meu. com paranóias. com medos. com todos os possíveis medos que todo mundo tem medo de admitir que tem. como todos tem. sair só. sair e reconhecer um pouco do mundo em mim. com detalhes e segredos absurdos. sem companhia. sem estranhos ou conhecidos. e como? e como se desvincilhar? e como se afastar? com medo. com receios comuns. de que ocupem meu lugar. se é que já tive algum. talvez seja tarde. pra voltar pro mundo. pra recolher tudo e começar. pra voltar. o mundo, por fim, existe sem mim. e as pessoas continuam. com tudo. com cada um dos seus detalhes. talvez eu não preise percebê-los. talvez eu não seja essencial. eu não sou. e como se livrar da sensação. e como se livrar do que foi construído? do amor que só resta em mim? que se construam sozinhos. apesar da influência. e do caminho lapidado. as coisas acabam. o amor acaba. não por mim. por alguém? acho que sim.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

boa noite

boa noite. que os detalhes aconteçam. conversas à toa que preenchem algumas noites. sem ouvir a voz. uma impressão de proximidade estranha. será que coisas assim podem ser mútuas? quero mais é conhecer esses detalhes do mundo. peculiaridades de cada pessoa que passar por mim. porque de um modo absurdo estranhos são importantes. me fazem querer vê-los. ouvir a voz. e cheios de desejos por bons dias. boas noites. são simples. um 'oi' prolongado. conversas fortes. pelo excesso na medida certa. se há qualquer excesso. quero todo. com todas as controvérsias, com todas as paranóias. com a sensação de ser inacreditável.

terça-feira, novembro 27, 2007

bom dia

a beleza do mundo tem se infiltrado. que se apaixone enfim. e deixa a janela aberta. lugares que precisam de vento. de uma brisa que só mexa no cabelo, pra me fazer sentir proximidade. eu viajaria pra longe. andando. as ruas simples. com casas coloridas. portas de madeira. alguma cadeira na calçada? quero que alguém que mande um retrato da cidade a que não pude ir. ainda. os postais não me atraem tanto. preciso que as pessoas passem por eles. preciso de sorrisos e anseios na paisagem. passos apressados e lentos que vez por outra esbarram. de sons. de desejos de 'bom dia' pra me levar pela rua afora.

segunda-feira, novembro 26, 2007

...

enfim [...] por fim [...]

...

encontrando os detalhes. desejando revê-los.

...

quem sabe em um dos extremos do país.

...

a viagem vai ser pra mais longe.

...

esperanças? queria que canudos pudesse me esperar.

sábado, novembro 24, 2007

"os sertões"

foto kelly freitas

Sensações. Emoções. Força. Sentimos tudo como se estivessemos imersos na paixão que conduzia o espetáculo. De sentir os detalhes, reconhecer as pessoas, se deixar conduzir pelo fascínio. Uma construção que foi sendo consolidada a cada dia. Culminando em despedidas, falta e uma vontade absurda de seguir viagem e ver de perto os lugares de onde tanta força, tanta luta, de onde um povo tão forte emergiu. De correr pelo país e se deixar livre. Conhecer as pessoas pelas suas diferenças, seus detalhes. Enquanto eles correm, gritam, cantam. Suas cenas as vezes chocam, encantam. Meio que puxa o corpo da platéia. Querendo estar lá. Apesar do tempo. Das dores. Do cansaço. Querendo estar cada vez mais perto. Assistindo surgimentos, renascimentos, declinios. Vendo força e paixão em cada canto. Nas escadas. Nas luzes. Câmeras. Palco. Chão. Grades. Mais profundamente nos olhares.

mudanças

mesmo mês. mudanças bruscas. não sei se há algo que me faça sentir diferente. que se unam e sejam felizes. o mundo é feito de tantos. de uma diversidade imensa. é uma sensação. minha. não dá pra pedir desculpas o tempo inteiro porque não entendem. e talvez eu não queira que entendam. talvez não precise mais. talvez algumas coisas não possam ser restauradas.

sexta-feira, novembro 23, 2007

sempre detalhes

dias. pessoas. janelas. será que foram alguns deles? parece que sim. alguns que não precisam olhar de perto. alguns que somem nos segundos restantes. alguns. o mundo se enche. meio que obriga. e força o rosto, o corpo a inclinar-se. que sejam detalhes. minimos. simples. mas me dá vontade de olhar de perto. e ver cada ponto escuro, claro, branco... qualquer um. percebendo a imagem por suas partes. percebendo as pessoas. pelos atos. pelo que falam. mas como se percebe? cheios de impressões. de tantas pessoas. de tantos resquicios. [o mundo não é justo porque se quer que seja.]

terça-feira, novembro 20, 2007

sensações

certas coisas nos induzem. uma indução positiva. te dão coragem de correr gritar, cantar, dançar. te enche de uma força irreconhecivel. não de um dia pro outro. foi construindo. reconstruindo. tirando os pudores. tirando os receios. e gritando, de dentro pra fora. com os brilhos. com os olhares. talvez a estrela cadente do primeiro dia tenha aberto certos caminhos. tenha deixado a luz um pouco por perto. e que amor é possível sentir pelo mundo?!
descobri a poesia, a beleza, o fascínio, o encantamento. me enchi de novas sensações. talvez essa coragem que impulsione. e eu consiga escolher não o caminho mais fácil, óbvio. mas o que mais pode me deixar feliz!

sábado, novembro 10, 2007

sem detalhes

será que se percebe um olhar diferente? não vejo e não ouço coisas além da janela. fico num mundo próprio e só. e gosto. admirando coisas simples. nada que ultrapasse meu corpo e as minhas próprias imagens. me satisfaço. com a minha voz. como se me tirasse da vida por segundos. como se pudesse voltar a qualquer hora. não preciso de muitos detalhes. a entrega é simples. o amor é simples. só falta acontecer. espero que antes. antes que eu precise dos detalhes. olhem pro que tá perto. quando as coisas somem a gente nem percebe. e nosso mundo se fecha por medo. será que as tentativas podem me levar a algum lugar? ficaria mais tranquila por aqui. sem que ninguém precise falar ou olhar.

quarta-feira, novembro 07, 2007

amigos


alguns dias podem ser incrivelmente felizes. e são cheios de detalhes. de conversas. de danças. histórias. nossas segundas. nossas semanas. todas cheias de sincronia. amor. de uma forma estranha, pequenas perfeições. me restam quatro e que sejam pra sempre.

sábado, novembro 03, 2007

espelho

minimas. talvez a vida se refaça. e de um dia pro outro [como se uma ponte restaurasse tudo] daí eu possa acordar com sorrisos no rosto, com o corpo leve e calmo, sem contrações e medos. somente com tanta força que me empurre e me faça correr pro mais longe... pra um lugar e mundo novos. eu espero. e quanto. e com que calma. que chega a ser absurdo aceitar essa minha lentidão em tornar as coisas possíveis e certas. será que em alguma parte de mim resta uma pessoa calma, feliz, paciente e certa. daquelas que entendem os erros dos outros, que aceitam esperar, que se apaixonam, reconhecem isso. e se entregam ou lutam por qualquer dessas coisas. talvez haja alguma coisa mais forte pela próxima rua dessa vida estagnada. talvez alguma emoção, alguém que saiba olhar e reconhecer qualquer coisa de bom. não adianta o espelho não mostra isso.

terça-feira, outubro 23, 2007

=[

eu queria que fosse simples ir embora. não se pode confiar em ninguém!
queria acordar de manhã sem acreditar nisso, pelo menos por uma semana não sentir que tá todo mundo de costas e que só eu tô no centro, num caos, num vazio, presa a detalhes absurdos de pequenos "erros" quel qualquer um é capaz de cometer. é fácil quando a vida é tão simples. é fácil quando os problemas são tão pequenos. nada é comparavel. nem sempre. não se pode medir defeitos ou problemas. mas já que querem um reflexo falso, prefiro deixar os espelhos quebrados. cansei de esbarrar em lixo. cansei de silêncios mal interpretados. cansei das pessoas que acham que têm o direito de sequer falar o meu nome. é simples. é incorreto. pelo menos consegue não ser falso.

domingo, outubro 07, 2007

mundo

de um segundo a outro. as sensações são as mais extremas. agora tenho uma felicidade indefinida e sem explicações. uma daquelas coisas que te faz sentir brisas, e se iluminar um pouco, por alguns instantes completamente, pela lua. uma única pessoa, por mais estranha que pareça, te faz acreditar nas outras. te faz sentir vontade de estar perto do mundo. de deixar um pouco das melhores coisas que tem em você nos lugares que passa. te faz sentir vontade de passar por todos os lugares. meio que lembra as coisas que ainda quer. faz acreditar. faz renascer.

sábado, outubro 06, 2007

pessoas

cheia de surpresas diárias. cheia me me sentir menos por algumas coisas. talvez o mundo não esteja de braços abertos pra mim. é compreensivel que não seja sempre tão auto-suficiente, com tanta auto-estima. algumas coisas nos fuzilam as vezes. não preciso de desculpas e de histórias estranhas e mal resolvidadas, principalmente dos outros. as minhas já bastam. eu não quero ser ouvida, só tô precisando de um silêncio compartilhado sem intenções. só o silêncio. e talvez a companhia me baste. o mundo e as pessoas tão complicadas e cheias de si. preciso de dias em casa. levando a vida um pouco a sério.

quinta-feira, outubro 04, 2007

tempo

como se olha pras pessoas quando uma coisa assim acontece? nada de mundo e pessoas perfeitas. mas como se muda "pequenos" detalhes? eu não conseguiria. é como se sentisse culpa pelos meus pensamentos. e sem coragem pra me despedir sinceramente. tudo, afinal, é questão de tempo. quanto? tenho medo de tocar e falar com as pessoas à essa altura. talvez seja melhor esperar e por vezes chorar sem que ninguém veja.

domingo, setembro 23, 2007

pequeno e complexo

dias feitos de pequenas mudanças. algumas fragéis que podem quebrar de forma bem simples. como uma página em branco pode refletir a vida de alguém? talvez trate bem da minha. talvez seja idêntica à essa forma instável de viver. e aos detalhes absurdos que tento imitar por vezes. são coisas complexas. e ao mesmo tempo tão pequenas. será que o complexo contradiz o pequeno? será que existe contradição na vida de qualquer pessoa? tudo o que fazemos e procurar pela melhor forma, pelo caminho mais feliz. talvez não necessariamente feliz mas é no fim de todos os nossos dias que buscamos trazer da memórias os pequenos e complexos instantes de felicidade. alguém consegue explicar o a complexa beleza da simplicidade? eu iria querer guardas essse segundos em algum pedaço da memória, em algum parte do dia, em alguma pequena e feliz história.

domingo, setembro 16, 2007

dias

dias comuns. tenho tentado me afastar de cada um deles. só dias simples e frageis. em pequenas cidades em que deixo sentimentos tão grandes. tem uma força minha lá.

sexta-feira, agosto 31, 2007

tentativas

belezas infundadas. pequenos detalhes que vão conduzindo sentimentos. e nada importa. e nada se mantêm por muito tempo. talvez chegue o dia em que se viva sem essas sensações absolutas e momentâneas. eu bem que queria fugir. os lugares me esperam de alguma forma como se a mudança fosse mutua. só com tentativas se pode testar e conhecer a vida melhor.

quinta-feira, agosto 30, 2007

"amor"

e cada amor. nos é contato em cada dia. sejam dos simples e puros aos arrebatadores. são todas elas pequenas formas de amar. e o amor é como um clichê. uma história recorrente que nos persegue, que nos faz sempre tentar voltar no tempo e fazer melhor, que nos instiga a gritar alto e viver cheia de impulsos. sentem tão forte mesmo antes de tocar.

e quase poderia viver sem o toque. se houvesse proximidade, ouvisse a voz, ainda assim a vida seria "doce". o amor é controverso. entre desejo e repulsa. calma e turbilhão. o encontraria em qualquer lugar. correria por qualquer caminho se restasse uma minima esperança. escrevê-lo é encher a vida de clichês.

quarta-feira, agosto 15, 2007

lapidando

e em cada lugar tem um retalho de mim. alguns fortes, com cores vivas. outros meio mórbidos. todos juntos contam uma história qualquer. de pular janelas, correr pela areia, caminhar pela madrugada. deixar a janela do ônibus toda aberta. o vento batendo no rosto, como se só as sensações de força pudessem me mostrar vida. e cada um desses pequenos trechos, cada frase desconexa vai lapidando.

quarta-feira, agosto 08, 2007

noite

é tarde. silêncio. e quando se está em um lado da cidade onde mal se ouvem os carros se ouve cada simples som, de folhas sendo arrastadas, vento forte. de uma calma absurda. alguns medos surpreendem vez ou outra. como se as mais simples histórias só pudessem existir durante a noite. vai alimentando idéias, medos, sentimentos. enche tudo de uma obssessão pelo mais simples. silêncio. por alguns instantes enche o quarto de uma angústia e calma ao mesmo tempo (se isso for possível). pra surprender de uma forma mais forte. pequenos sons de vidas que não param, que não fazem o intervalo habitual de se recolher à noite.

como se estivesse no centro de um círculo. sentindo e dando vida à cada coisa ao meu redor. como o vento forte que agita as folhas das árvores. uma incoerência. estar entre o mundo comum e a simplicidade.

domingo, agosto 05, 2007

acreditar

você as vezes tenta criar uma nova vida. tenta conhecer novas pessoas. e mantêm tudo um pouco a distância. talvez possa ser perfeita, afinal, sem essa proximidade. não sei se seria mais fácil acreditar em alguma coisa como o destino, acreditar que tudo está irremediavelmente traçado, que não pode escolher as pessoas que passam, que o início de uma conversa estava predestinado quando achava que tinha, finalmente, conseguido encontrar coragem em si mesma. talvez pra algumas coisas ele tenha o seu valor, mas não em tudo. gosto de acreditar que os meus acertos e erros são o que vão desenhando o meu caminho, de acreditar que tudo seria completamente diferente (talvez melhor, talvez pior) se tivesse ouvido ou recusado alguns conselhos. a vida é controversa afinal. nós somos todos controversos. choramos e sorrimos juntos. camuflamos algumas tristezas. tentamos parecer sempre fortes. e acho que nunca conseguimos. algumas vezes é no silêncio que se busca e se encontra as respostas mais importantes. quando todos os outros dormem e somos obrigados a conviver um pouco conosco, a tentar ouvir melhor a própria voz. acho que até perdemos alguns medos e as coisas parecem mais simples. mas. resta sempre um "mas". não há nada melhor do que acreditar. seja em algo como o destino, o amor, ou em alguém. de certa forma é como se fizéssemos um pouco a nossa parte. não que acredite e fique esperando que a "fé mova montanhas". mas não há nada que nos mova mais do que acreditar. e embora seja inevitável não perder a esperança algumas vezes sempre resta um pouco dessa fé, que se multiplica até que posso viver por ela. acreditar. seja no que for. as vezes não acontece exatamente como se deseja. talvez seja um grande passo olhar pra si mesmo. e ver quem realmente merece que se acredite.

quarta-feira, julho 25, 2007

interior

vivendo às duas da manhã! arrumando a mochila. indo. pelo menos dessa vez sem avisar. só chegar na cidade no alto da serra grande, esperando pelo frio. levando livros e uma história para ser escrita. o ônibus sai às oito horas da manhã. e ainda aqui. sem querer dormir agora. sem querer dormir mais tarde. quero ver as cidades passando pela janela. com todas aquelas casas coloridas, com familias reunidas nas calçadas, cadeiras de balanço, de couro. com admiração e brilho no olhar. poderia descer em cada uma das cidades, andar pelas ruas, ouvir as conversas. pelas feiras. bodegas. botequins. de volta ao início. percebendo que, apesar do tempo, algumas coisas não mudam. ainda caminham pelas calçadas com aqueles chapéus típicos. cumprimentando. as vezes se conhecem, mesmo somente de vista. "bom dia", "boa tarde", "boa noite" são distribuídos pelas ruas. e tenho medo de responder. porque o hábito nos pune em certas horas. cansa andar por aqui. esbarrar nas pessoas pra sentir o toque, pra sentir vida. fechar vidros e portas. viver sempre o medo mais intensamente. todo o medo. medo de que alguém me olhe mais de perto e veja todos os pecados. quando volto de lá? espero trazer de volta a vontade de ser vista, de ser ouvida, de que gritem meu nome de alguma porta enquanto ando pela cidade, quero que sintam o mundo, as ruas, as pessoas. quero existam mais pessoas assim. quero que a cidade ganhe uma familia e traga de volta a pureza, a simplicidade de uma pequena cidade no alto da serra grande.

sábado, julho 21, 2007

queria aquele brilho no olhar. e todas aquelas coisas e histórias consideradas clichês.

terça-feira, julho 17, 2007

um só dia

incrível como as coisas que começam tão fortes vão se diluindo com o tempo, talvez volte se eu puder chegar perto. mas vamos seguindo caminhos diferentes, e o fascinio vai se perdendo pelo percurso. talvez as mais belas histórias fiquem mesmo melhor como lembranças, uma memória feliz, uma boa história pra contar. talvez falar tanto de certos dias seja um meio de trazê-los de volta. vou construindo minimamente algumas cenas, minha memória as vezes confunde, entre tantas, o que realmente aconteceu? queria ser capaz de lembrar de cada palavra. as ruas eram diferentes. mas a força, a paixão, eram as mesmas. é o que mais importa.
[antes do amanhecer - antes do pôr-do-sol] algumas cenas semelhantes.

domingo, julho 15, 2007

impressão

algumas pessoas já na primeira impressão, à primeira vista, trazem uma idéia, uma imagem, que até o tempo tem dificuldade de afastar.
vamos tirando pequenas coisas dos mais diversos lugares. e construindo cada folha. nos apropriando de alguns pequenos detalhes da vida dos outros. alguns pequenos resquicios, como o som das vozes. o mundo nos enche de lembranças e preciso guardá-las em algum lugar.

quinta-feira, julho 12, 2007

fortaleza

sentindo o cheiro da chuva durante a madrugada. às três da manhã, talvez não seja a melhor hora pra estar acordada. mas não resisto ao desejo de viver a noite de uma forma absurdamente simples. uns minutos de chuva forte, o suficiente pra acalmar. o silêncio. o desejo maior é de estar fora de casa, de andar pelas ruas vendo a calma ou o turbilhão que movimenta a noite. cada rua contaria um pequeno trecho do conto. seriam como personagens lapidando cada frase. quanto tempo preciso passar olhando pra essa cidade e escrever um pouco dela? as vezes o caminho mais longo é o melhor. talvez seja sempre. tem mais ruas e pessoas passando pela minha vista. e vou absorvendo tudo, cada cheiro, som, cada sensação. o vento forte quando chega perto da praia. uma rua daquelas mais altas e embaixo um pouco da praia da futuro, ambientada claro pelos contrates tão comuns por aqui, também. o olho se prende nas pequenas relações que passam pela janela, uma mãe que carrega o filho no colo ou o puxa pelo braço. as pessoas subindo as escadas de um pequeno (bem pequeno) "morro" pra chegar às suas casas, um cemitério... uma igreja na frente. no começo da beira mar. beira mar, cartão postal. onde o fluxo talvez seja de segunda a segunda. com pessoas correndo pelo calçadão, em meio a diversos estrangeiros, alguns que vem por um turismo não tão bom, nem sempre são as nossas praias que eles vem conhecer. beira mar, um lugar pra ser visto. como tantos. pena as paisagens as vezes camuflarem uma poluição e um desrespeito tão absurdo. passa por hoteis, de três, quatro estrelas. pelo aterro da praia de iracema. e um prédio, que não canso de observar. um prédio meio sem nexo, sem equilibrio, que surpreende, que tem beleza, apesar de não ser exatamente um lugar ideal pra se morar. podia ficar horas diante daquela fachada. vendo o movimento das pessoas entrando e saindo. convivendo mais de perto, propicia até à esbarrões. a multiplicidade que corre pelas ruas. que anda e se aproria de fortaleza como cenário. quero contar essas pequenas histórias. da convivência com esse espaço. com essas pessoas. que as vezes, anônimas, nem são vistas. talvez eu tenha conhecido, já há algum tempo, uma exceção.

domingo, julho 08, 2007

alguns lugares

[ jericoacoara - ceará]

alguns lugares merecem espaço na memória. são algumas dessas lembranças que dão força pra levantar. pra tentar em certos dias ver o sol nascer. porque não há hora mais linda. onde os sons, a calma e as pessoas ainda tem alguma pureza. talvez porque a maioria dorme a essa hora. assim a sinceridade está ali. na beira da cama de cada um. nos assistindo dormir.

vontade

a vontade é conhecer o inusitado. passar meio perdida pela multidão. café ao ar livre no centro da cidade. vendo as pessoas passarem, conversarem, sorrirem. sem olhar pra mim. porque afinal, quero ser a incógnita. o anônimo livre pra observar. e contar. e me apropriar de pequenas histórias.

domingo, julho 01, 2007

brisa

certas coisas não se pode esperar por muito tempo. passo horas por dia observando. calma. os lugares e as pessoas andando, sentados em bancos de praça. pensando em mim no lugar deles. com olhar calmo. e livre de certa forma. querendo o mundo em cada parte de mim. trazendo todas as lembranças e imagens. num quadro vou pintando um pouco de cada lugar, pra mentê-los perto e vivos. visto em camêra lenta, querendo que as imagens puras, paradas e simples sejam mais fortes. um album de fotografias. uma coleção de histórias. me bastaria pra viver uma casa sob o sol de uma cidade meio esquecida por todos. pra começar. tantas coisas nos levam de volta, como se não importasse o que se vê além da janela. pela primeira vez quero que as portas e janelas, abertas, deixem o sol entrar. com um suspiro da brisa. renovando o ar e os sonhos. com todo o tempo pela frente.

segunda-feira, junho 25, 2007

paredes

queria poder voltar muito tempo. não iria fazer coisas diferentes, só tentar me ferir menos. e passar mais tempo entre paredes mais honestas. a confiança tem se tornado cada vez mais escassa, como se eu tivesse sido entregue, com todos os meus erros, falhas.... em uma bandeja, daquelas de prata, com uma cabeça à mostra. não espero perdão, nem pretendo me curvar. alguns lamentos se despedem. e o que resta e deitar, olhando pro teto, esperando que puxem o lençol, que girtem, que me façam levantar de alguma forma.

sexta-feira, junho 01, 2007

através de um vidro

algumas coisas acontecem....nem todas são tão claras. como se tudo fosse somente assistido através de um vidro embaçado dentro de um carro. que vai alternando em velocidades. com o medo preso no acelerador. e tudo o que vai pensando no caminho, são as possibilidades de erros, do mundo dar errado, da vida não ser nada que se sonha, ou se espera com os dois pés bem fincados no chão.

sexta-feira, maio 18, 2007

surpresas

surpresas diárias. umas não tão boas. a simplicidade tá se escondendo atrás das portas. e certos lugares perderam a beleza. talvez seja o meu olhar sobre tudo que está sendo lapidado, e cada vez mais preciso ver de perto pra entender ou aceitar. estou outra vez parada, com as mãos presas. só vendo as pessoas passarem e querendo distâncias. pode ser que tudo o que reste seja estar aqui. talvez não precise ir muito longe por mais que queira. mas vou viver pro mundo me levar. ou pra pelo menos me deixar passar perto e sentir os cheiros, as texturas, o vento, as pessoas. e cada segundo sendo sempre como eu sonhei que fosse. como se pudesse tornar os dias mais longos. e observar cada um deles. mesmo em fotografias. e certamente ficam melhor assim. não se enchem de decepções e de desejos trágicos. a rapidez dos dias já não nos deixa sofrer. certos lugares nos esperam pra isso, pra nos deixar ficar quietos, sentindo tristezas e felicidades somente com os olhos. preciso sentir na pele, chegar perto, tocar. encosto o rosto na parede, deixo pra trás, tudo. todas as percepções, idéias, medos e toda a coragem que eu já tive. com a chance de me reinventar. de mudar. de conhecer. de conquistar tudo que existe e que espera por mim.

domingo, maio 06, 2007

[saudade]

talvez leiam ou não. será dever me importar? entra uma brecha de luz pela janela que dorme sempre aberta. dormia na cama de baixo. todos os dias às 5 ou 6 da manhã. e com tantas histórias que iam se renovando diariamente. mas os dias nos deixam. e tudo vai se apagando na memória. as imagens lindas se tornam sombras. e eu só querendo trazê-las de volta! pra que não precise de mais despedidas. o lugar traria todo o tempo, toda a força...e talvez pra felicidade, só precise estar lá.

na hora de fazer escolhas. hora de arrombar todas as portas e gritar pra ver se esperam por mim. todos os lugares me esperam. pelo menos por hoje um lugar em especial. caixas cheias de histórias. esperando por continuações. acho que as minhas mãos estão cheias de tanto, do mundo inteiro. retalhos de cartas, de trechos.

ir embora

algumas vozes tem gritado! só eu as ouço! a vontade louca de ir embora... de deixar as malas sempre prontas e sair batendo portas pra não voltar!

sexta-feira, abril 27, 2007

lugares

olhando pro mundo de uma forma mais clara. comendo a cidade com os olhos. paraisos existem em tantos lugares, impossível escolher um só. perdendo o olhar habitual de passagem. passando por praias, feiras, ruas em botafodo, ipanema, copacabana. a rocinha mais cheia de beleza, a cidade vista de cima. uma construção. várias. cheias de vida correndo solta pelas ruas. você abre os olhos, você enxerga o natural, sem ser claro ou clichê demais. sabendo, por ver. além de qualquer idéia ou força de expressão. certas belezas as vezes não conseguem ser narradas, não agora ou por mim. você sente o grito no corpo. na pressa. no pouco tempo. com tudo pra ser visto. com várias janelas, de tantas cidades. de um mundo sem clareza alguma. com pulsos. atravessando ruas, tuneis. com cada vento batendo no rosto e me empurrando. lugares presos na memória. e cada sensação. daquelas fortes, que quase te jogam além das janelas. com vontades absurdas. e lindas.

[sem apropriações. histórias que não são minhas. lugares que mal conheço]

quinta-feira, abril 26, 2007

cidade

de braços abertos!!!

segunda-feira, abril 16, 2007

lembranças

tem coisas que nem o tempo deixa passar. fica procurando lembranças,
histórias felizes da semana anterior.

sussurro

a ilusão vai se construindo com o correr dos dias. umas rosa dos ventos anuncia a brisa leve da manhã. as cores trçam o horizonte mais bonito. certas belezas são necessárias. algumas se tornam obsessão. e tudo grita de dentro, como um sussurro. ao ouvido da paisagem. ao ouvido da beleza. [alguns olhares se cruzam][alguns sorrisos] daqueles no canto da boca. envergonhada por estar feliz. talvez o mundo tenha mesmop uma feição absoluta, uma tristeza estranha. será que alguém pode fechar os olhos e dormir tranquila? eu não. hoje não.

domingo, abril 08, 2007

intervalo pra questões pessoais

pelo menos agora aluns dias merecem ser contados. uma ciranda cheia de histórias, tão a flor da pele que é dificil narrar. sentindo falta dos sotaques, dos sons de um povo que as vezes é tão compliado de entender. sofrendo por motivos pessoais. cheia de dores. um cansaço que não assimilo como trabalho, foi tudo além disso. a beleza ultrapassa qualquer coisa. é como se deixasse um lugar. me apegando. sentindo tudo forte. amando e odiando por dias. entre lágrimas e sorrisos! (clichê demais, mas não consigo agora pensar em outras palavras, talvez mais tarde). que sentimentos absurdos foram esses?!!! as vezes é dificil aceitar que todos tem que voltar pra casa, as dorem se tornam tão suportaveis que aprendi a conviver com elas. e quatro dias passam como uma vida inteira. como se você vivesse "tudo" o que poderia, tivesse (sei lá) que viver! não dá pra esquecer os nomes e os rostos, não agora! talvez essa minha memória falha tropece certas vezes. só posso dizer que quem merecia, ou quem eu quis que ficasse...não vai sumir! não das lembranças, não da história! cada frase, comentário, grito, palavrão, choro, elogio... veio na devida hora. e tava precisando disso! até de querer sair, de passar pelos portões sozinha...como se adiantasse, como se pudesse esquecer além dos muros. certas coisas não se conseguem tão fácil. assim como as difilcudades. as melhores lembranças (até agora, porque juntos sempre se pode superar), tudo fica "preso" guardado, tão forte. tão absurdo. tão louco. cada sentimento é assim! vamos seguir o ritmo das mãos unidas, da diversidade (o mundo é feito de diferenças, e as pessoas que eu mais amo, discoram tanto de tantos aspectos). precisaria gritar olhando pra cada um. e com certeza teria o que falar pra cada. teria mais a agradecer. pela força. pelos abraços. pelas bebidas, cigarros. (por tudo que foi necessário).

quarta-feira, março 28, 2007

aliança

por um segundo pensou em desvencilhar-se de tantos aneis, soltou-os pelo bolso da calça. quase puxando-os de volta na verdade. como ao sair de casa, punha a aliança no porta-luvas do carro, pensando na necessidade de correr até ele qualquer emergência. havia esquecido um remédio, uma pasta, documento, talvez. que importa. sempre lhe voltam os problemas. sempre lhe voltam os meios. um daqueles que lhe coloca a frente toda a fúria. sequer grita o seu "bom dia". sequer tem tempo de bater a porta. julga paredes, copos, pratos e portas...ah, principalmente portas. culpados! são eles, claro, não seria a mulher que amou e guardou e protegeu a vida toda. e não seria ele (ele que não!), aquele poço de compreensão e afeto. nada significava 'guardar' a aliança no porta-luvas do carro, que poderia significar? seu dedo já dolorido de tantos anos. pedia descando por algumas horas. claro, além da porta de casa. além da vista da mulher. diante dela, o mundo rejuvenescia, de certa forma não se pode negar. trazia de volta a obidiência, o medo, o ódio...
" pois não?"
"sim senhora!"

domingo, março 18, 2007

moldura

[construção de cena.] o rosto apoiado nas mãos. era de tanta beleza. de tantos pudores. que ninguém a olhava completamente. sequer de longe. sua moldura, uma janela. de frestas abertas. escura, no meio de um muro amarelo. nada de paisagens habituais. janelas e muros, nada de asfalto...fugindo de composições lógicas. a admiração, afinal, precisa de proximidade. ultimamente só tem escutado sua voz ao telefone. o ruído distante, frases vazias, tantas palavras soltas. jogadas no meio da conversa. gritos. por fim, pontos de exclamação. passava as horas, ali. revezando a mão apoiando o rosto. suspirando. em pedidos e desejos. vai imaginando a vida jogada ao mundo. sem moldura. sem cenários. perdeu sua casa, sua janela, seu muro amarelo...e tudo o que via dali.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

asas

por esses dias tenho observado de longe a vida. como um peso nas mãos, que tenta imitar uma caneta que corre à distancia por várias histórias. passou horas... sentada diante do mundo, daquela janela vermelha aberta...um quadro de rua deserta e céu lindo. pairava uma imagem resistente, cheia de declarações, com medo, com gritos e versos presos na garganta. e tentou pular. acreditando ter asas. daquelas que tranpõem qualquer muro, qualquer medo. como se andasse numa estrada feita pros seus pés, com braços esperando pra segurá-la. talvez em algum momento... a sua história, o seu menino...aquele que corria de pés descalços, que via asas nas costas e pulava de tão alto, a puxassse pela mão outra vez. de uma forma tão simples, que bastava que a olhasse, bastava perceber aquele frágil olhar preso à ela ...como se olha pro mar...com fascinação, com desejos, por vezes com pudores, com amor... daquele frágil, que quebra com uma onda mais forte, que faz gritar insultos, que brande arrependimentos, daquele masi perfeito amor humano. não queria ser puxada pelas asas talvez. mas será que essa simplicidade de amor....não a deixaria somente observando na beira da duna, no alto...com asas nas costas...cortadas ou não. mas que a mantinham no chão. queria subir o mais alto... queria o mundo visto das alturas...queria o vento no rosto, a leveza... queria sua essência de volta. mas parece acostumar-se à vida vista pela janela vermelha da sala...o menino ainda dormindo! queria sentir o frescor da manhã sozinha... como se restaurasse o seu vôo... como se de uma caixa vazia fizesse brotar todos os seus sonhos guardados. não ouviria sequer um grito. a felicidade só a fazia explodir em sorrisos. tirou a caixa do armário velho. vestiu aquele vestido de menina...pôs uma flor do cabelo. e pela janela vermelha. daquele seu décimo andar. foi voar, com suas asas, com seus sonhos, pela última vez.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

de volta

alguns dias vão crescer de longe!! demorou um tempo, mas acho que encontro em algum lugar coragem suficiente pra gritar alto que sou do mundo. que nenhum lugar é suficiente, e com a dúvida se alguém pode ser! nunca houve uma manhã tão linda, as nuvens, o céu alaranjado, algumas gotas ocupando o pára-brisa do carro, em alta velocidade. querendo retroceder, não voltar pra casa, não voltar a manter a vida em quatro paredes! voltei com a sensação de alivio, sentindo, ou melhor, acreditando , em todas as possibilidades! ser feliz aqui, ou em qualquer outro lugar! sem falsas prisões, sem roupas pré-determinadas, sem rumo, com anseios de emoções somente! passar e trazer um pouco de cada pessoa comigo! lembrar cada nome, rosto e história! pra sentí-los perto. precisando disso!! correria o mundo hoje se fosse preciso! não preciso de um lugar pra voltar, me sentiria melhor talvez se não esperassem por mim. viver sem rédeas, sabendo da força de cada sentimento e indo atrás pelo menos uma vez! vou guardar todos resquícios na memória, o som da voz, o beijo, as mãos, a vida inteira tão longe! será que basta desejar? será que o mundo tá pronto pra mim?? (que modéstia hein?)

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

amanhã

como começar o dia de amanhã?? com toda esperança de se viver, pelo menos por alguns dias, um modo de vida diferente, que seja por andar na areia o dia inteiro e ver cada nascer e pôr de sol! mais um desses feriados habituais, pensando em deixar que a vida me mostre quando é melhor pra voltar, me acostumando aos poucos, deixando as sensações se unirem à pele, calma e lentamente!!! espero voltar com todas elas, com uma simplicidade inerente ao corpo de hoje!

domingo, fevereiro 11, 2007

mais uma

mesa de bar. outra daquelas tantas conversas sobre o dia, sobre a vida. “- como é que andam as coisas?” – pergunta mais um que chega e adentra a roda de amigos. o som de uma banda mais que conhecida me faz acompanhar o ritmo. e interfiro entre uma frase e outra com comentários a aplausos absurdos. voltando às conversas. evito recolher opiniões, o tom se altera e a obviedade dos assuntos some. já não se fala do dia, das estranhas conversas “quase” póstumas. me vem lembranças quase insuportáveis. pode claro, guiar o olhar à quitarra, como se pudesse tocar observa o dedilhar das notas. tão frágil, como na noite passada. alguém lê um desses contos de clarice, e se sente junto cada palavra e pausa, como se esse ler trouxesse pra perto toda a força encarnada nas palavras. ah, se um dia ousasse a minha letra a esse ponto. mais uma. outra. volta a mulher, de quem nunca se lembra o nome, trazendo a solução dos problemas diários. reconhece os rostos absortos, enquanto cada um observa atentamente o próprio copo, servem-se cinco dos mais fiéis amigos de bar. eu, no entanto, nem percebo o copo. a mente pausa longe em uma dessas folhas que o vento leva do chão, quase um suicídio de folhas secas que se deixam levar e pisotear. os sons interferem e canto junto sem perceber, “a sombra na televisão...”. e mais um tema, discussões acaloradas me voltam à mesa. tanta paranóia e preguiça que guia os controles remotos desse mundo... sem outra palavra, paranóico mesmo. muda de canal com os intervalos. nova cerveja. novas conversas. parte pro mais profundo sentimento que nem mais o olhar controla. absurdamente trágico. absurdamente real. e entre um samba e outro choramos por mais um brinde, por mais...já nem sei quem seja, e talvez não me valha saber. só outro desses distúrbios emocionais. me despeço duas, três vezes. um aperto de mão não tão forte, um abraço que tenho medo de dar, a iminência de uma despedida absoluta. um último brinde na mesa, secando o deradeiro copo. pra coragem me fazer admitir. “choro um samba por você”. [samba hemp clube]