segunda-feira, janeiro 31, 2011

vontades

fase de encontros talvez. de cuidados excessivos. de lembranças boas. de passagem. aqueles momentos em que você começa a pensar mais nas pessoas, as vezes em uma pessoa só. e não deveria. sem os excessos comuns da vida. sem se jogar. pisando de leve com medo de cair, de afundar, de fazer qualquer coisa que me coloque na beira de um abismo... com alguns medos. de sentir demais, demonstrar ou falar demais. algumas pessoas voltaram a preencher meus momentos de ócio e alguns poucos lúcidos. não deveria. os momentos passam, talvez não seja hora de resgatar esses sentimentos de anos atrás, nem de alimentar esses novos que surgem em momentos e talvez por pessoas inapropriadas. são alguns pensamentos que vagam pela minha cabeça, que ficam alimentando meus dias e noites. sem sentido algum, com certeza. não sou das pessoas mais fortes. nem das mais fracas, fico em um ponto equilibrado irritante algumas vezes. como estou agora. querendo coisas, pensando muito, planejando demais... até quando as histórias que eu sonho vão ficar no papel? minha vontade é arrumar uma mochila e sair por algumas cidades do mundo, rever pessoas, conhecer pessoas... deixar o vento e as surpresas da vida me levarem a qualquer lugar. tenho tempo. aquele que mais tarde pode me faltar. agora. não que eu ache que deva viver como se fosse meu último dia, não que eu queria largar tudo e fazer tentativas aleatórias. dessas infinitas coisas que eu quero fazer e viver quantas serão possíveis? talvez são seja bom ficar me perguntando isso. mas quando se pára e pensa já fica meio tarde pra voltar. quero viver o máximo possível esses sonhos e desejos guardados. quero alimentar de alguma forma essas boas sensações de alguns encontros, quero deixar que se esgotem naturalmente, sem estratégias ou ações prematuras... quero. esse é o ponto chave de tudo. o desejo. a vontade. a paixão. e elas existem para serem realizadas, mesmo presas dentro de mim.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

fala-se de revolução solar... esses encerramentos e começos de ciclos. diz-se. crer quem quer. mas é um jeito bom de começar o ano. tá certo que eu (apesar da chuva) preferia um dia nublado, um frio entrando pela janela, inflando um pouco de nostalgia do peito, lembrando de coisas que não voltam mais. talvez fosse melhor ficar planejando e pensando em coisas futuras. todas as pessoas falam de presente, de hoje, só por hoje... mas quem consegue realmente pensar e agir assim? eu não. fico alimentando essas lembranças, memórias, fico imaginando essas suposições de dias que ainda vão vir. fico. parada diante de algumas folhas, de alguns livros.. tentando lembrar, viver e imaginar simultaneamente. como se fosse possível. não me falaram quais sensações antecedem e acompanham todo esse dia. nos últimos anos não tem sido das melhores....

terça-feira, janeiro 11, 2011

primeira pessoa

terça-feira, janeiro 04, 2011

mudança

seriamos idênticos se fosse necessário. conseguiria estabelecer padrões de gostos, de características... para ser semelhante. só se atura um semelhante. será? talvez talvez. daí olha pro lados e procura uma reles semelhança entre as pessoas com quem convive. não encontra nada. talvez uma ou outra música. um ou outro livro. nada que pareça suficiente. se é que é possível chegar a essa suficiência. como esses ditados clichês: "a grama do vizinho é sempre mais verde". definitivamente. as vidas parecem melhores, mais calmas (se é que eu quero calma). mais fáceis (se é que as confusões humanas permitem). mais felizes (se é que há algum significado real na palavra). pode soar melancólico demais, mas não me vejo mais rodeada de tantas pessoas. talvez esse seja o principal problema, esse desejo de estar rodeada de psedo amigos. não que todas as pessoas que me rodeiam não sejam boas (ainda que tenha certeza que não são). mas é impossível travar com todos relacionamentos tão profundos ao ponto de realmente poder contar e ligar e procurar a qualquer hora do dia ou da noite. de quantas pessoas já devo ter ouvido isso. pra quantas pessoas já devo ter falado isso. seriamos mais justos com os outros e com nós mesmos, quando estabelecemos essa linha divisória que as diferenças colocam. isso não implica em tratarmos mal um ao outro. isso não implica em desejarmos coisas boas somente para essas poucas pessoas que queremos perto. só é uma tentativa de tornar as relações menos traumáticas. só tenta-se diminuir a dose de dores que todas as separações (sejam elas quais forem) trazem. o dificil de tudo é tornar isso compreensivel, aceitável... de um modo que não se sintam magoados. 

o mundo também é feito de um emaranhado de relações que precisam se manter equilibradas. afinal, existe de fato "amigos pra sempre"? claro. talvez não do modo como esperamos que seja. as pessoas se distanciam, amadurecem de modos diferentes, consolidam gostos diferentes. sonham diferentes. partem. voltam. trabalham (ou não), estudam (ou não), casam (ou não). vivem de modos diversos. e quando nos damos conta os números que sabíamos de cor, somem. o nome que erra corriqueiro, falha na memória. as lembranças dissipam. isso não é trágico, nem vingativo, ou uma manifestação de qualquer tipo de raiva. demorei pra compreender. 

não se trata de uma evolução ou não. é somente mudança. talvez a única coisa que realmente nos acompanhe durante toda  a vida. mudamos. a cada dia. transformações simples, complexas. que evidentemente nos transformam. nos levam  a outros lugares...a outras pessoas.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

ligação

um pouco de tempo. e as coisas fingem passar. mas voltam de um modo absurdamente exagerado. enquanto fala ao telefone, enquanto lembra. vai pensando no quanto essas memórias foram boas de ser construídas. é estranho como se gosta das pessoas. como se começa. como se mantêm. conheci algumas pela vida, talvez numa quantidade maior no último ano, de janeiro pra cá, de uma mudança pra cá, de um rompimento pra cá. rompimento não tão explicito, sem o ódio, a repugnância necessária pra esquecer. foi ficando. fica. está. claro que de um modo diferente, mais claro, mais longe, mais aceitável. mas está. é bom pensar nas pessoas. imaginar as situações. sonhar um pouco. mais acordada claro. desejando. hoje, a voz foi mais calma. o falar pareceu mais sincero, mais calmo, sem cobrança, sem nenhum desejo aburso demais. só queria ouvir. só queria o tempo. só queria ficar mais instantes nesse fio. nessa conversa. nesse jeito de gostar. diferente, sim. mas que continua. não é mais tão extremo, tão exagerado. a vida, de vez em quando, só de vez em quando aprende a ser calma.
tem um canto lento, leve, baixo. fica visualizando e criando contos. uma casa pequena. portas, janelas e paredes coloridas.

sentimentos

deixei boa parte dos meus sentimentos em um desses lugares por onde andei. os dias não foram bons, não foram esperados, daquelas surpresas que você prefere não ter. não que tenha deixado um pouco de mim por lá. voltei inteira. só perdi essa capacidade que, pelo menos, achava que tinha. não acho que vá sentir igual. não acho que vá querer igual. mais nada. os dias passaram devagar demais. e não me livrei dessa melancolia desnescesária. nem acho que vá me livrar. quero que as pessoas fiquem longe. por um tempo. quero voltar a me conhecer e acreditar que mereço alguma coisa. já nem importa o que é. que venha algum desses sentimentos que deixei o tempo roubar. se eles forem bons ou ruins, já nem sei se importa. por enquanto os perdi todos. momentaneamente espero. mas passa alguns dias já nessa sensação incomôda. nesse medo que as coisas não mudem. não passem. já nem sei se sinto falta. já nem sei se quero perto. algumas pessoas deveriam, mais que merecem, ser apagadas da vida, da memória, dos sentimentos (sejam eles quais forem). 
quero começar. alguma coisa que não sei o que é. quero ficar quieta e sozinha. quero me reconstruir... sem nenhuma das antigas partes. sem nenhuma das antigas pessoas. com toda a ausência, com todo o desejo. com o medo absoluto de que as coisas não voltem ao normal. quando você começa a ver as pessoas, em sua plenitude, quando você perde a ingenuidade que os sentimentos lhe dão, quando você esquece, parece que tudo perde um pouco do sentido. como é que se faz para acreditar outra vez?