quarta-feira, setembro 30, 2009

ah não. justificativas não. por que não fala logo na cara? fala mais alto. ou melhor, escreve em caixa alta. tudo é melhor. foda-se se é clichê, mas sinceridade acima de tudo. acima de você pelo menos. honestamente, de um modo estranho, não sei pra quem se direciona isso. se alguém se sentir atingido, sinta-se a vontade pra falar alto, pra xingar. ando precisando mexer a vida um pouco. discussões ou declarações, qualquer coisa é melhor do que esse estado neutro demais.

segunda-feira, setembro 28, 2009

tarde

Quando a gente se encontrar talvez seja tarde. Tenho imaginado tantas possibilidades pra deixar a vida seguir. Tenho até me visto feliz. Com uma sensação boa de que as coisas podem dar certo. De algum forma, em algum lugar.

sexta-feira, setembro 25, 2009

...

será que já mudei de idéia? talvez...quem se importa com isso. só eu escrevo, só eu leio. essa história de blogs as vezes perde o sentido pra mim, é um espaço fragmentado demais, não que eu tenha alguma coisa contra fragmentos... de vez em quando fico tentando lembrar de alguma coisa que li, em algum lugar, site, blog...quase sempre não lembro. será que sempre fica um pouco de cada pessoa perdido na memória de alguém, uma frase, uma palavra, um sentimento... umas dessas coisas que vê e sente e não lembra de onde, de quando, de quem. até que já tentei ser mais sucinta, limitar a quantidade de caracteres por força. não parece mais cômodo pra mim, a vida vai se enrolando em várias linhas, as vezes, linhas demais. mas se só eu leio, não vem ao caso agora. hoje tava olhando um blog desses perdidos por aí, as vezes, só as vezes, não vejo muito sentido em filtrar tanto um blog, sem comentários, sem pessoas que possam ler. parece meio sem sentido construir um espaço assim. entra a contradição quando assumo que tenho um desses, com um nome que hoje acho até mais criativo que esse, 'ao reflexo', daqui a pouco enjôo desse também e faço outro. porque, afinal, a vida é cíclica, mutável, um dia você gosta outro não, um dia você escreve outro não, um dia você é feliz outro não e assim por diante. hoje é um dia estranho. acho que poderia passar a noite escrevendo, viajando, abrindo mais espaço nessa janela que limita o texto. mas é melhor parar, continuar pode até me fazer desistir daqui. desse espaço meu e meu. se mais alguém freqüenta vez ou outra eu esqueço ou não sei.

quarta-feira, setembro 23, 2009

vontade

não me conta as histórias antigas. algumas pessoas passam rápido demais. e do nada um contato mínimo vai se intensificando: recado, e-mail, ligação... começa a sentir saudade. começa a sentir vontade. queria pegar um avião e ir a salvador hoje. não lembro de ter sentido uma vontade tão merecida de ir a algum lugar. de ver alguém. até a saudade hoje parece um elemento a ser construído pela vida. nos últimos dias, to tentando cumprir obrigações. trazer algumas pessoas de volta. viver a minha vida mais do que a das idéias, dos desejos, das utopias, dos sonhos... ter os pés no chão pode me aproximar mais do que eu quero. estou começando a vislumbrar possibilidades, fatos, sentimentos mais bonitos e mais sinceros do que qualquer um que já tenha tido.
se a vontade aumentar. tem um feriado chegando. um lugar pra ficar. e alguém que eu quero mais que ver.
pode até parecer, mas não sou tão realista assim, nem quero ser. preciso pular do muro do que ficar no chão. pelo menos por instantes se tem a chance de ver do alto. mas continuar lá. como se continua? sem saltos arriscados, sem ficar parado... vai pensando nas formas de escalar mais alto, de cada vez subir um pouco mais, pode cair. mas levanta. sobe. continua.

segunda-feira, setembro 21, 2009

vicios

ah. anda descobrindo uns medos da sinceridade. uns medos dos delírios que os vícios provocam. anda se entregando demais à eles. talvez qualquer um que esteja por aqui já tenha visto, sentido, ou vivido comigo um pouco disso. será que é melhor tentar controlar o caos? tenho percebido que as minhas maiores admirações são por pessoas tão estranhas, que cada ação mais sem noção que eu cometa, acaba sendo puramente normal. talvez cada um se encontre de um modo individual, com suas especificidades. se encontrando com a própria personalidade, sua, do outro, do amigo, da pessoa com quem passa noite. se encontrando, se mesclando. quanto mais pessoas por perto, quanto mais vezes se entrega e talvez pra pessoas diferentes (nem sempre), as vezes exageradamente, quanto mais faz isso, mais sente prazer em ficar num canto lendo, ouvindo uma música meio triste, meio melancólica demais. passa a sentir mais prazer em sentar em algum lugar e escrever coisas do dia, dos sentimentos, das frustrações. ou pelo menos tentar. li em algum lugar essa semana, não lembro onde, alguma coisa do caio fernando de abreu, uma carta, um conto, uma crônica... não lembro e talvez não importe. a literatura, assim como qualquer carta, entrevista ou depoimento está impregnada de verdade, enfim.. li, claro que não são exatamente essas palavras mas... é como se estivesse vendo tudo de uma janela, assistindo a vida e não conseguindo viver. não consigo abraçar, falar, ficar perto, jogo a vida e as sensações no que ando escrevendo, como se a vida fosse uma página, uma tela, uma miragem, visão de uma janela. imagina tanto, cria tantos diálogos, conhece tantas pessoas assim, que parece que viveu.

talvez pra memória baste lembrar. a vida editada, pelo que vale a pena. pelo que quer.

quarta-feira, setembro 16, 2009

(...)

passado... é onde tenta afundar o corpo quando se joga na cama. deixa o colchão ser moldado pelo corpo onde passa o dia. passa o tempo assim, no colchão, no corpo... e não há quem interfira, telefones desligados, portas trancadas, tudo o que precisa é lembrar. ele que vá embora. já deixou tudo, todos os dias já pertencem a ela. a voz, o rosto já estão fixos, a presença se torna desnecessária. é essa a alice do reflexo, de olhos inchados cansados de tanto dormir. é pra ela que canta, pra ela que escreve. é o que a faz lembrar. o papel gasto se perde, os sonhos não. e sonha o passado. vai lapidando os dias enquanto se olha no espelho. veste as melhores roupas, arruma o cabelo, tem unhas e boca vermelhas. dentro do quarto, pelo reflexo, deixa a memória lhe fazer companhia. abraça, mexe no cabelo, ouve a voz dele em uma longa conversa, a noite chega, a madrugada adentro... e vai sorrindo pela boca, pelos olhos. até que dorme, com o cheiro guardado, com o corpo guardado moldando o colchão enquanto amanhece. e é dessas manhãs... mais bonitas que outras... mais felizes que outras... no sonho acordado em que se permite viver.

pode dispor de tempo, pode pensar a vida... talvez esteja no caminho errado. será que tenho que esperar concluir pra perceber o erro? tudo pode compensar o tempo gasto, as pessoas, as experiências. os detalhes que se pode escolher enquanto anda pela rua.

até um dia qualquer. num encontro marcado e remarcado que talvez demore a vida pra acontecer.

quinta-feira, setembro 10, 2009

olhar

sempre há um olhar disposto a ser encontrado pela rua. e se procure ao redor dele, ao redor de mim. ande com firmeza e com cuidado. porque o medo certas vezes alimenta a segurança. mas o que importa mais? segurança ou vida? hoje não estou nos melhores dias. calor e barulho angustiantes. quando se der conta vai perceber que está no lugar errado. porque a porta certa é a minha... quando não precisa bater ou esperar porque não tenho sonho e as noites claras demais me lembram você.
[certas 'coisas', afinal, me parecem irrecuperáveis. fica agora pelo menos a consciência do dever de deixar as 'coisas' passarem. quando estão sozinhos, sinto os sentimentos como 'coisas' inertes, que atrapalham o caminho, que te fazem cair. não que as pessoas se tornem assim, mas até que passe prefiro ficar longe. talvez nunca passe. talvez não precise vê-los mais]
porque ficar sozinha em casa alimenta paranóias. casa de muro baixo; portas, janelas e pisos escuros. deixando a luz e a tv ligadas como companhia. o silêncio ao mesmo tempo que acalma força a solidão a se mostrar. a música ao fundo traz o diálogo necessário. partes de histórias minhas presas em faces de folhas e cadernos dispersos. se quer pôr ondem, desista. a vida só vale desordenada.
[me reservo o direito às contradições]

terça-feira, setembro 01, 2009

algumas manhãs são mais bonitas que outras, mais felizes que outras. por certo hoje não foi uma delas. alice fica procurando se encontrar em outro. deixou de viver um dia por vez, deixou de olhar o céu pela janela, deixou de sentir força. quando o presente só se nutre pela memória a vida cansa. a vista cansa de ler cartas antigas, de ver fotos velhas. do baú onde guarda as lembranças parte pra tela clara demais do computador... pra tentar contar uma história repetitiva e estagnada. quem disse que não se "vive" do passado? ela discorda. vez ou outra repete os dias. tenta revivê-los, reconstroi atitudes e conversas. mudam as pessoas, as lembranças não.

(...)