segunda-feira, setembro 21, 2009

vicios

ah. anda descobrindo uns medos da sinceridade. uns medos dos delírios que os vícios provocam. anda se entregando demais à eles. talvez qualquer um que esteja por aqui já tenha visto, sentido, ou vivido comigo um pouco disso. será que é melhor tentar controlar o caos? tenho percebido que as minhas maiores admirações são por pessoas tão estranhas, que cada ação mais sem noção que eu cometa, acaba sendo puramente normal. talvez cada um se encontre de um modo individual, com suas especificidades. se encontrando com a própria personalidade, sua, do outro, do amigo, da pessoa com quem passa noite. se encontrando, se mesclando. quanto mais pessoas por perto, quanto mais vezes se entrega e talvez pra pessoas diferentes (nem sempre), as vezes exageradamente, quanto mais faz isso, mais sente prazer em ficar num canto lendo, ouvindo uma música meio triste, meio melancólica demais. passa a sentir mais prazer em sentar em algum lugar e escrever coisas do dia, dos sentimentos, das frustrações. ou pelo menos tentar. li em algum lugar essa semana, não lembro onde, alguma coisa do caio fernando de abreu, uma carta, um conto, uma crônica... não lembro e talvez não importe. a literatura, assim como qualquer carta, entrevista ou depoimento está impregnada de verdade, enfim.. li, claro que não são exatamente essas palavras mas... é como se estivesse vendo tudo de uma janela, assistindo a vida e não conseguindo viver. não consigo abraçar, falar, ficar perto, jogo a vida e as sensações no que ando escrevendo, como se a vida fosse uma página, uma tela, uma miragem, visão de uma janela. imagina tanto, cria tantos diálogos, conhece tantas pessoas assim, que parece que viveu.

talvez pra memória baste lembrar. a vida editada, pelo que vale a pena. pelo que quer.

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