terça-feira, dezembro 29, 2009

distante

daqui desse décimo andar. em intervalos para um cigarro no fim da tarde. entre prédios, com uma visão meio distorcida da beira mar. me sinto mais parte da cidade. de um modo extremamente distanciado. como as coisas têm sido. distantes. das pessoas. dos lugares. procurando um lugar que não sei se tenho. precisando organizar. a vida. os pensamentos. as situações extremas e, de certo modo, erradas. quero fugir um pouco e não acho que devo me sentir mal por isso. são as escolhas que a gente faz sem querer. quando se perde o controle, quando se perde a capacidade de pensar antes.


sem deixar o corpo guiar talvez a consciência se mantenha no lugar. talvez não fique presa em mim um pouco de culpa. a capacidade de esquecer, de apagar. de controlar. preciso de tempo. preciso dormir. preciso conhecer mais do mundo pra fazer escolhas. se elas serão certas só posso deixar pra descobrir depois. deixei as pessoas um pouco de lado. me deixei um pouco de lado. o que têm me guiado? já não sei. já não sei se faz diferença saber. posso começar. longe. distante. com pessoas diferentes. ou talvez baste que eu mesma mude.


deixo pra descobrir ano que vem.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

estou começando a acreditar que nunca aconteceu.


dias felizes. histórias novas. lembranças boas que começam a se formar.


que venha o tempo estranho de descobrir coisas novas.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

(...)

não que faça muito sentido pra mim, mas o horóscopo diz: inferno astral. será? pelo que anda não parece tanto. em alguns pontos chega a assustar. de um modo estranho. numa vida entre extremos, limites, danos. pro que eu tenho esperado, pro que eu acho, pro que parece. um jeito de apego forte e sem muito sentido. quero ficar mais tempo. sempre mais. perto. intenso. em busca. seja lá do que for. um caminho não tortuoso, não humilhante... mas no mínimo esperando sem ter. querendo, desejando. parece que perdi um pouco do que achava que tinha. que apareçam mais.


não sei o que faz alguém se apaixonar. acho estranho usar algumas palavras. amor, apaixonar, apaixonada e todas as suas ramificações. soa meio falso, meio instável demais. não falo dos outros. falo de mim. o que faz? não foi o sexo, não foi a confiança, não foi o quanto se conhece, não foi o tempo, não foi a convivência... nem tantas outras coisas, nem tantos outros quesitos que se possa considerar. em algum momento teve um olhar estranho. um jeito meu. acho que só meu. sem reciprocidade. pareceria estranho pra mim deixar ficar alguma coisa que tenha sido recíproca. enfim. teve um segundo assim. alguns. e eu olhava. parecia só querer uma pessoa. coisa estranha. mais uma. não tem uma característica que me limite. são tão diferentes. tão opostos. cada um dos que passaram. os que foram quase simultâneos na última semana. todos. não. não queria todos. não faz diferença tê-los por perto. só um. talvez o que chegou mais de surpresa. os outros foram quase previsíveis. e a previsilibilidade realmente não me instiga. não me faz desejar. nem sei se desejo. só guardo um pouco e gasto um pouco do meu tempo com uma lembrança boa, mas bem que podia ser melhor. bem que podia ter mais tempo. ter mais força. mais desejo. mais (...) claro que dá pra saber que palavra está entre parênteses. podia ter mais. se o espaço não fosse tanto. se eu não sentisse tanto que foi um momento. uns segundos. teria mais. umas visitas quem sabe. talvez. será? até semana que vem devo desejar um pouco, querer um pouco, sentir um pouco de saudade. mas passa. como têm passado.


como já passou.

terça-feira, dezembro 08, 2009

hoje

não é bom como imaginava. nenhuma sensação tão absurda assim. tentando controlar desejos, que talvez nem sejam meus.talvez não esteja imune à desejar algumas facilidades, uma história mais simples. nada de experiências normais demais por hoje. se é que avalio bem o conceito de normalidade. não acho que ninguém consiga, diferir nessa linha tão tenue o que é normal, o que é meio louco. preciso de uns dias calmos e mais longos. de mais tempo. de mais força. de escolhas mais fortes, de conseguir fincar o pé e me manter nessas escolhas. o que eu realmente gosto. para conseguir avaliar o que me faz feliz ou me mantém feliz, o que é uma busca, ao que eu me adapto.


manutenção de um estado meio sufocante, claustrofóbico. sem muitas escolhas. sem tantas janelas. que suma essa consciência, semi, de me tentar escolhar caminhos mais tranquilos, mais leves. não sou assim. ou só não quero ser. será mais fácil deixar o corpo seguir mais instintivamente? nunca fui de pensar muito antes de fazer algumas escolhas, antes de falar algumas coisas, antes de me entregar demais. com palavras e atos por vezes precipitados de um modo excessivo. mas a precipitação chega mesmo a ser um defeito? de certa forma é um modo de ser sincero, de reagir... as vezes machuca, os outros, a mim. mas hoje acho que o controle está mais em ficar longe, em deixar uma distância segura entre todos. sem que se conhceçam, sem que eu conheça, sem me deixar conhecer tanto.


fraquezas à mostra. feridas abertas. tantas e tantos. os que passam e eu deixo passar. depois de uma insistência momentânea, de um apego frágil. de uma coisa mais minha, as vezes acho que a terceira pessoa da história não importa muito, não importa tanto. e essa insistência. nele. em todos. por uma confiança que não existe, ou que era tão frágil que se diluiu. ninguém é imune. ninguém é forte o suficiente. nem tão frágil que mereça ser tão cuidado ao ponto de alguém abrir mão. não acredito, hoje, frisando o hoje, que haja uma complementação perfeita. as pessoas passam de um modo pela vida, que acreditar que substituições não existem chega a ser ingênuo demais. fica a história, as lembranças, os sonhos, umas conversas, uma vida de certa forma. algo mais importa além disso? você se apropria um pouco, deixa um pouco de si. e cada um parte pro mesmo caminho, pra caminhos opostos. só não se veem do mesmo modo. a vida passa. e só podemos nos deixar passar.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

vazio de ter um olhar calmo pro nada. dia cheio de sono. uns sonhos estranhos, que não seja nada profético eu espero.