terça-feira, julho 19, 2011

tempo

não sei o que acontece com o tempo. muito menos o que acontece comigo. parece que eu e o tempo vamos nos confundindo, os sentimentos vão se misturando. aprendo a observar cada um dos detalhes alheios: do sorriso ao olhar, meu e do tempo. uma esperança vai se enquadrando e preenchendo. tornando algumas vontades mais fortes e de tanto querer, de tanto lembrar as coisas vão se diluindo, apagando... traçando um rascunho, uma linha cada vez mais leve e clara, que forma um circulo em torno deles. pronto! agora por conta de mim e do tempo já nem sei mais o que foi ontem, o que foi hoje. repito essa observação, que tenta ser profunda, dos detalhes alheios, do sorriso ao olhar. somos muito diferentes. não preciso de muito pra perceber isso. as imagens dos sorrisos e esse brilho constante no olhar, passam impressões distorcidas, vejo tudo aquilo que não é. somos, definitivamente, diferentes e talvez, pro mundo inteiro devamos ficar longe. fico atenta nas suas escolhas, esperando... junto com o tempo que espero que aprenda a curar e apagar tudo aquilo que não é.

: cigarra e borboleta.

segunda-feira, julho 18, 2011

alguns sonhos te confundem e, ao mesmo tempo, te entregam. eles gritam aqueles desejos que, por algum motivo, você acha que não deve ter. afinal, qual é a nossa maior "obrigação"? acredito que seja ir atrás da felicidade, ou das sensações de felicidade que os dias nos permitem ter. e elas podem estar relacionadas a tantas coisas... a impressão que eu tenho é que tenho me rodeado de vários limites. de coisas que posso ou não fazer, que posso ou não falar. já cresci o suficiente para perceber que não adianta tentar "parecer" alguma coisa. ou tentar "camuflar" algum sentimento, realizável ou não.  ok. vem o mundo, e uma multidão de pessoas, que mal te conhecem e acham que podem dar "conselhos", "lições"... sobre o que é certo fazer. 

os encontros, cheios de expectativas rasas, cheios de impressões que podem ser falsas, de uma vida paralela, de uma historia que insiste em se construir na minha cabeça. e insiste mais ainda em ficar guardada aqui. já abri pro mundo. já deixei esses conflitos expostos. já me enchi de precauções de coisas das quais já não tenho, nem quero ter, controle.

não se deve tentar controlar algumas coisas. nenhum dos desejos ou sentimentos devem ser presos, quanto mais guarda mais vulnerável fica enquanto tenta manter um segredo confuso. uma impressão, um olhar e um sorriso cuidadosos, uma vida que tenta manter a aparência da calma. a tranquilidade sufoca e você vai antecipando frustrações. o risco me parece uma alternativa melhor.

talvez a hora de partir pra ele já tenha chegado.

quinta-feira, julho 14, 2011

o tempo cura, apaga?

[...]

espero que sim...

terça-feira, julho 12, 2011



Em algum momento do dia você pára pra pensar na vida, nas escolhas, nos erros... nas situações precipitadas em que tem se colocado. Fica tentando voltar, não por arrependimento, mas por vontade de saber como as coisas poderiam ter sido diferentes. Pesa uma culpa nos ombros, que racionalmente não acho que deva ser minha. Mas como posso me livrar de um sentimento que preencheu esses dias de um jeito tão forte? Tenho medo das lembranças, da ausência delas, do que posso ter falado ou ouvido. Do que posso ter deixado transparecer.

algumas coisas acontecem rápido. quando você vê já foi mais uma vez um livro aberto. já se colocou naquele limite entre a força que acha que tem e a fragilidade exposta pelo que fala. nem todas as historias devem durar. acontecimentos de um dia podem ter uma força imensa, uma intensidade que chega a doer no dia seguinte. ainda assim não mudaria nada. repetiria cada minuto, palavra... cada reação e sorriso que deixou o rosto expressar. ainda que a experiência efêmera lhe dê a sensação de solidão, saudade, abandono... ela fica guardada nas memórias, nas lembranças. a vida também vai se construindo assim. você pensa, fala, escreve, sonha em torno de algumas experiências. não que eu ache isso saudável, mas alguns momentos sozinha com as minhas histórias vividas, inventadas, imaginadas, sonhadas... torna o dia melhor. a vontade de viver e escrever sobre algumas experiências da vida traz esses sorrisos abertos, sinceros dos dias em que me deixo ficar só. 

segunda-feira, julho 04, 2011

se

o "se" paralisa. quantas ponderações fazemos antes de tomar qualquer atitude... quantos medos continuam barrando algumas sinceridades... nessa hora talvez não deva me arrepender de algumas precipitações, afinal, de alguma forma era o que eu sentia, queria, pensava... pelo menos naquele momento. tá certo que nem todas nossas decisões esbarram nessa discussão de arrependimentos. quando deixo o medo e alguma culpa me ocupar deve haver algum problema. não um arrependimento necessariamente, só um "se" eu tivesse tido mais calma, "se" eu tivesse ido embora antes, "se" eu tivesse optado por não viver algumas boas experiências efêmeras, se eu não tivesse falado tudo o que eu pensava naquela hora, se não tivesse "explodido" com o mundo que abre os braços pra mim em alguns momentos.

por fim, "se" eu tivesse sido diferente. seria outra pessoa. não a que sente e que confia e vive esses momentos raros de conversas longas, aquelas em que você se deixa vulnerável e frágil ao mesmo tempo em que faz o possível para não perceberem essa fragilidade. pela transparência das experiências que teve na vida, de certa forma, tenta se mostrar forte. e capaz de superar coisas, sentimentos, pessoas, medos... capaz de ir vivendo tranquilamente a vida como se sua cabeça não latejasse de dúvidas, de incoerências. de algumas paixões, inclusive. 

acontece que em algum momento você se perde dentro de si mesma. não sei por que caminho andei nos últimos dias mas parece que esqueci o caminho de volta para a pessoa que andava vivendo no meu corpo nos últimos meses. era outra. era um pouco de calma, tranquilidade e confiança. era uma segurança estranha que nunca tinha sentido antes. estava sendo forte, tanto que já nem me reconhecia. 

deu um mergulho de volta à uma "vida" anterior, um momento que não me identificava mais. atitudes que havia lentamente escondido embaixo de algum móvel invisivel de mim. embaixo da superficie. sendo sugado todos os dias por algumas obrigações estranhas de ser uma pessoa diferente, aquela mesma mais calma, mais forte, mais tranquila, confiante... de fato, não sei o que fiz? não sei o que aconteceu? nem imagino. 

guardei o mundo e as historias na minha memória confusa. inventei uma pessoa. reescrevi algumas lembranças. fui diferente do que queria ser. ainda que de uma forma tão natural. me deixei de lado outra vez. por menos tempo do que antes. mas o suficiente pra ter medo de não conseguir voltar. o caminho é o que você escolhe. agora tenho que decidir a direção, as companhias (ou não), as músicas, os livros e seguir em direção ao meu primeiro horizonte.