segunda-feira, julho 04, 2011

se

o "se" paralisa. quantas ponderações fazemos antes de tomar qualquer atitude... quantos medos continuam barrando algumas sinceridades... nessa hora talvez não deva me arrepender de algumas precipitações, afinal, de alguma forma era o que eu sentia, queria, pensava... pelo menos naquele momento. tá certo que nem todas nossas decisões esbarram nessa discussão de arrependimentos. quando deixo o medo e alguma culpa me ocupar deve haver algum problema. não um arrependimento necessariamente, só um "se" eu tivesse tido mais calma, "se" eu tivesse ido embora antes, "se" eu tivesse optado por não viver algumas boas experiências efêmeras, se eu não tivesse falado tudo o que eu pensava naquela hora, se não tivesse "explodido" com o mundo que abre os braços pra mim em alguns momentos.

por fim, "se" eu tivesse sido diferente. seria outra pessoa. não a que sente e que confia e vive esses momentos raros de conversas longas, aquelas em que você se deixa vulnerável e frágil ao mesmo tempo em que faz o possível para não perceberem essa fragilidade. pela transparência das experiências que teve na vida, de certa forma, tenta se mostrar forte. e capaz de superar coisas, sentimentos, pessoas, medos... capaz de ir vivendo tranquilamente a vida como se sua cabeça não latejasse de dúvidas, de incoerências. de algumas paixões, inclusive. 

acontece que em algum momento você se perde dentro de si mesma. não sei por que caminho andei nos últimos dias mas parece que esqueci o caminho de volta para a pessoa que andava vivendo no meu corpo nos últimos meses. era outra. era um pouco de calma, tranquilidade e confiança. era uma segurança estranha que nunca tinha sentido antes. estava sendo forte, tanto que já nem me reconhecia. 

deu um mergulho de volta à uma "vida" anterior, um momento que não me identificava mais. atitudes que havia lentamente escondido embaixo de algum móvel invisivel de mim. embaixo da superficie. sendo sugado todos os dias por algumas obrigações estranhas de ser uma pessoa diferente, aquela mesma mais calma, mais forte, mais tranquila, confiante... de fato, não sei o que fiz? não sei o que aconteceu? nem imagino. 

guardei o mundo e as historias na minha memória confusa. inventei uma pessoa. reescrevi algumas lembranças. fui diferente do que queria ser. ainda que de uma forma tão natural. me deixei de lado outra vez. por menos tempo do que antes. mas o suficiente pra ter medo de não conseguir voltar. o caminho é o que você escolhe. agora tenho que decidir a direção, as companhias (ou não), as músicas, os livros e seguir em direção ao meu primeiro horizonte.

2 comentários:

Basicwhitetees disse...

Olá! Por acaso entrei no seu blog e li seu primeiro post. Adorei seu estilo de escrever e, coincidentemente, adoro me perguntar "e se...e se"...Gostei mesmo! Mas tenho uma pergunta, por que você não colocou letras maiúsculas nas palavras? Há alguma razão específica para isso?
:)

Priscila Lima disse...

isso de escrever com letra minúscula começou a tanto tempo, desde o início do blog. é mais um aspecto estético do texto do que qualquer outra coisa, assim como me adapto as vezes a escrever direto na caixa de texto do blog do que no word... sem muito sentido talvez. rsrs.