quarta-feira, outubro 25, 2006

suposições

bem que eu queria criar coragem, não fechar os olhos com tanta força e fingir que as coisas não acontecem. sempre me vem mais um daqueles dias, em que não me prendo à leitura alguma, só fico parada na mesma folha, sem deixar que me digam, sem querer dizer. já não gritam o meu nome tão forte, como se o medo ocupasse e lapidasse toda e qualquer "esperança". já não encontro as palavras adequadas. entre longos intervalos de silêncio só provoco um sussurro que não espanta e não me entrega à nada. adianta parar como num meio-fio de outras vidas e ficar só esperando? tão pacientemente esperando...o que? o que tem me feito parar sem reação, só ouvindo as notas de longe. só olhando. o que vai mudar se eu somente deixar que me vejam.
tantas clarezas, tantas intenções. às vezes as suposições ultrapassam seus próprios limites.
de sonhos tornam-se vida, ou mais uma daquelas histórias vistas de fora, sem que nada me puxe pra perto, sem que me faça falar ou cantar mais alto. fico observando como uma obra que não pode ser tocada, tão devagar, com medo da aproximação e do afastamento. presas a que limites? a vontade é de gritar alto, com uma voz que eu nunca tive, e ver se me ouve, ou se sequer vira rosto pra mim. quase como observar distâncias, com um nome e um som definido, só falta acontecer.

terça-feira, outubro 17, 2006

portas trancadas

não, não é hoje que vão me dizer o que fazer. prefiro as minhas velhas fugas. portas trancadas, como se pudesse me privar da vida! e por mais que ouse isso, não quero.
ao contrário, quero histórias que me façam correr pro mais longe, sem importar o que está aberto ou fechado. sempre tantas pessoas a conhecer pelo mundo. ninguém me prende em nenhum espaço que eu conheça, até o universo parece pequeno...

segunda-feira, outubro 02, 2006

início

Nasce outra vez. não que possa mudar de vida agora, mas me resta a consciência de não ser essa, de não ser esse lugar. Queria que a minha capacidade de começar qualquer coisa fosse maior, queria bater o pé mesmo e insistir no que eu falo, mesmo que não seja certo.

posso comemorar não importa a distância. e nunca importa o quanto eu quero? alguém olha de perto, só o espelho me reconhece, só ele é capaz de me entender.