quinta-feira, outubro 22, 2009

ligação

um pouco de tempo. e as coisas fingem passar. mas voltam de um modo absurdamente exagerado. enquanto fala ao telefone, enquanto lembra. vai pensando no quanto essa memórias foi boa de ser construída. é estranho como se gosta das pessoas. como se começa. como se mantêm. conheci algumas pela vida, talvez numa quantidade maior no último ano, de janeiro pra cá, de uma mudança pra cá, de um rompimento pra cá. rompimento não tão explicito, sem o ódio, a repugnância necessárias pra esquecer. foi ficando. fica. está. claro que de um modo diferente, mais claro, mais longe, mais aceitável. mas está. é bom pensar nas pessoas. imaginar as situações. sonhar um pouco. mais acordada claro. desejando. hoje, a voz foi mais calma. o falar pareceu mais sincero, mais calmo, sem cobrança, sem nenhum desejo aburso demais. só queria ouvir. só queria o tempo. só queria ficar mais instantes nesse fio. nessa conversa. nesse jeito de gostar. diferente, sim. mas que continua. não é mais tão extremo, tão exagerado. a vida, de vez em quando, só de vez em quando aprende a ser calma.

segunda-feira, outubro 19, 2009

escolhas

é um momento de escolha. de umas definições que precisam ser feitas. de repente, o tempo passa. de repente as pessoas somem. a vida toma rumos estranhos. você se descobre, se lapida. ou tenta. na verdade tudo é mais uma questão de tentativa. eu tento. não sei extamente o que tenho tentado, ou pior, o que espero conseguir. todas as possibilidades, as mais estranhas, mais diferentes, mais imprevisiveis, todas são possíveis. posso terminar ou não. posso começar ou não. posso ir pelo caminho, aparentemente, mais fácil. mas, afinal, quem define o que de fato é uma facilidade? você se rodeia de caminhos, de possibilidades, de pessoas que tem levam a lugares diferentes, de conversas que não imaginou que teria, se rodeia de coisas tao distintas, tão distantes... que por mais que o caminho seja complicado, dificil e longo. aquele momento ali, parada, diante das possibilidades é o que machuca mais. talvez eu não saiba fazer escolhas. na verdade, não é uma questão de saber, só não consigo. só fico meio neutra demais. com as possibilidades dispostas. com as pessoas me esperando. várias. em lados e situações diferentes. e eu, só, não consigo. do modo mais simples, mais puro, não consigo escolher. que filme ver? que música ouvir? com quem sair? ir pra casa ou não? acabo dando voltas pela cidade dentro de um ônibus prolongando o momento de escolha. adiando. deixando o tempo passar. até que a hora me leva por conta dela. o dia termina e um pouco da vida passou. comigo, com a chance de escolher nas mãos. com as possibilidades sendo assistidas enquanto olha a rua passsando pela janela.

por enquanto é só.

enquanto o caminho me tenta. enquanto vontade me tenta. e o medo, e a coragem. não me deixa escolher.

nostalgia

nunca achei que fosse realmente ficar feliz em deixar as coisas passarem. e muitas passaram. um de cada lugar, um de cada fase. sairam de mim e levantaram vôo alto. pra longe. cada vez mais. e não me sinto mal assim. as coisas mudam. eu também tenho que mudar. tenho uma nostalgia estranha. uma vontade estranha que ver outra vez, falar outra vez. não tem nenhuma parte em mim tão consciente que entenda que as semalhanças não estagnam. talvez não consiga passar mais tempo conversando com nenhum deles, ouvindo, falando. talvez não faça sentido querer isso. quando se deve mudar. até as pessoas, não todas, não em todos os sentidos, passam. ficam bem mais na memória que na vida. umas não tem como esquecer. não se quer esquecer. espero que lembrem. como as vezes, nem eu, consigo lembrar.

quinta-feira, outubro 15, 2009

extremos

se encontrar o caminho, fala pra mim. olha pra mim. e finge, até me fazer acreditar. as vezes as pessoas vivem das esperanças em que acreditam. e são felizes, nem todos os sonhos precisam ser realizados para fazer a felicidade ser por eles. e ela é. você conta pra mim, minuciosamente, como foi o dia. como foi a noite. encontra comigo, e em cada fragmento de tempo despeja um pouco do que viveu e sentiu quando esteve longe. as vezes sufoca, nos impede de viver juntos qualquer coisa. e eu, ouço. com atenção. com desespero. com pressa, com vontade de ir embora. de ir contar um pouco de mim pra quem escute um pouco, não fale tanto. um dia eu encontro num pedaço de mim. essa vida que viveram e contaram. sem reproduzir. mas quero contar também. o dia não foi calmo, nem tão harmonioso quanto o horoscopo dizia. talvez eu sempre espere mais. mais de mim. mais dos outros. mais do tempo. mais.

não é fácil aprender a viver de um modo equilibrado. vai sempre andando pelos extremos. ou fala baixo demais, ou grita. ou fala demais, ou não fala. ou conta, ou deixa contar.

quarta-feira, outubro 14, 2009

amor


pisa em falso. o coração comete a loucura de querer acreditar num troço chamado amor. que nome mais sem sentido por sinal, é o que serve para todos, mas ao mesmo tempo, tem um medo de ser dito. é um jeito meio leve demais de se deixar flutuar. sob tantas sensações estranhas, um calor e frio juntos. o braço arrepiado. o corpo arrepiado. de uns desejos fortes e profundos demais. quem quiser que me conte suas próprias experiências, eu só tento escrever as minhas. do modo menos claro. menos certo. menos calmo.é uma sensação urgente, apressada, forte que rompe com toda a delicadeza, calma e cuidado que as pessoas fingem que precisa ter. ah...mas não têm. é lindo. o amor é de uma beleza pura demais.o que falta às pessoas é compreender o sentido da pureza, não é de se filtrar, se controlar, se guardar demais. é de se deixar sentir. se deixar amar. é a sinceridade do desejo, da loucura que contam todas as histórias de amor. pelo menos as que valem ser ouvidas, ser vividas. transbordando, do que talvez não tenha desejado, mas se deixou sentir.os reflexos podem ser diferentes. um, o que é. outro, o que quer ser. mas sentem, talvez não igual, mas sentem. as gotas leves. a areia no chão. não se vive de um amor preso às pessoas. a vida se abre e enche o mundo, sem barreiras, de amor. sem restrições, sem limites. de puros sonhos e desejos.

imagem:

http://www.flickr.com/photos/mardesmiolada/2020979197/

olhos nos olhos (chico buarque)

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mas nem porque
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
'Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

terça-feira, outubro 13, 2009

outra, outro

melhor contar tudo na cara. soltar de vez. sem fingir que não sentiu nada, que não escutou nada. ninguém aguenta tudo calada. eu não. por mais estranho que seja melhor abrir tudo e perder de vez. do que ficar numa tentativa falsa de que as coisas vão dar certo. nem tudo dá. talvez um passo pra felicidade seja admitir e aceitar essas coisas.
que seja claro. o que é um obstaculo afinal? ser a outra, ser o outro? nesse sentido talvez não haja obstaculo... prefiro e preciso de um pouco (ou muito, talvez excessivamente) de umas histórias de nelson rodrigues na minha vida. se eu não sou a garota perfeita, se eu não sou a ideal... melhor fazer tudo o que me dá vontade sem preocupação nenhuma, sem esconder nada. não sei do que eu posso precisar na vida pra ser feliz. ainda não sei. mas não acredito que seja ter uma vida amena e tranquila e calma e pura. tá mais pro caos, pra loucura, pro desejo, ou melhor, pra satisfação dos desejos. a paixão talvez seja mais importante que o amor. ou talvez seja um complemento dele. sem desejo, sem um pouco de medo, de ciúme... nenhum sentimento resiste.


o que eu tô tentando fazer? o que eu tô tentando fingir?


um dia isso se explica.


=)

quinta-feira, outubro 08, 2009

(...)

"Queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa que escrevi". (Caio Fernando de Abreu)

também queria. =)

terça-feira, outubro 06, 2009

situação

tô começando a sentir o que a vida faz. começando a perceber e entender melhor as necessidades. o que posso fazer agora? pela primeira vez estou fazendo o que está ao meu alcance. talvez até além. não consigo mais achar que depende só de mim. e não tenho idéia do que posso fazer. dessistir agora? deixar passar? tentar outra coisa? começar de novo? o que e como ? sem idéias. talvez amanhã acorde com novas idéias, metas, perspectivas. talvez eu decida arriscar tudo de vez. tentar ir embora. tentar começar. fazer o que eu quis. o que eu quero. ter uma fresta de felicidade diante de mim. todo mundo tem um dia ruim (vários dias ruins). não dá pra acordar bem todo dia. abrir a janela e achar o dia lindo nem sempre é fácil. e talvez (ou com certeza) não deva ser. pelo menos tenho pensado nas decisões que preciso tomar. aceitando que cada um faz por si. que a vida continua com a distância de quem você achou que era pra sempre. que as escolhas, que o caminho pode ser penoso, dificil, cansativo. mas que, em alguns momentos, eles fazem valer qualquer dificuldade de antes. que eles marcam todo o esforço, todo o trabalho que teve. é o caminho que te faz enfrentar. e parece que chegou minha hora de aprender, de enfrentar. de ir em frente. de alguma forma, ainda não sei como, só sei que vou. por incrível que pareça ando bem feliz. bem mais segura. por mais que a situação me trave um pouco, bastante. não acredito mais em modelos feitos de felicidade, posso fazer tantas coisas, viver de tantas coisas. vou construindo isso no caminho. nunca é tarde pra mudar.

se é pra ser uma conversa.

até mais.

sexta-feira, outubro 02, 2009

tentando dar espaço pra dias felizes. ou, no minimo, divertidos.