sexta-feira, dezembro 07, 2007

pena

pena. pena que eu não posso simplesmente nascer de um dia pro outro. que eu não posso só ir embora. que eu sinto tanto por todos eles. que eu me puno tanto. por que ninguém vê isso? eu queria, que me olhassem diferente uma noite. só uma. que eu fosse outra. que de algum modo eu pudesse ser melhor. que pusessem simplesmente me amar. que os meus defeitos pudessem passar desapercebidos pelo menos uma vez. que o mundo fosse diferente e não esperasse tanto de mim. porque eu não sou perfeita. porque qualquer pessoa merece errar. merece um pouco de aceitação e amor. porque ninguém consegue ser perfeito o tempo inteiro. eu não sou imune. eu não sou igual. não consigo. não choram por noites inteiras. por tudo que eu eu perdi. em uma só noite. em toda essa sensação absurda. de ficar sozinha. de achar que o mundo está de costas pra mim. de aceitar isso. é opção minha? talvez seja. talvez eu precise de um tempo. como qualquer um precisa. um tempo sozinha. um tempo meu. com paranóias. com medos. com todos os possíveis medos que todo mundo tem medo de admitir que tem. como todos tem. sair só. sair e reconhecer um pouco do mundo em mim. com detalhes e segredos absurdos. sem companhia. sem estranhos ou conhecidos. e como? e como se desvincilhar? e como se afastar? com medo. com receios comuns. de que ocupem meu lugar. se é que já tive algum. talvez seja tarde. pra voltar pro mundo. pra recolher tudo e começar. pra voltar. o mundo, por fim, existe sem mim. e as pessoas continuam. com tudo. com cada um dos seus detalhes. talvez eu não preise percebê-los. talvez eu não seja essencial. eu não sou. e como se livrar da sensação. e como se livrar do que foi construído? do amor que só resta em mim? que se construam sozinhos. apesar da influência. e do caminho lapidado. as coisas acabam. o amor acaba. não por mim. por alguém? acho que sim.

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