segunda-feira, maio 30, 2011

viagens

Estar em uma cidade estranha tem seu lado positivo, você se sente passageira dos lugares, das pessoas... deixando o ar, o clima infiltrar-se no corpo e nos sentimentos tão frágeis que a vida constrói. Você olha pros lados ainda com a sensação de que vai encontrar um rosto familiar, e quando se dá conta da quase total impossibilidade disso, sorri sozinha e lembra onde está. O café chega, o cigarro acaba. Abre um livro que escolheu cuidadosamente para aquele momento. Encontra as palavras precisas para enfrentar o dia solitário e leve de um viajante. É bom estar sozinha... é bom deixar-se à mercê das possibilidades, do destino, das surpresas de coisas mal planejadas. Fora o livro, o café escolhido previamente fica ali esperando que as coisas aconteçam sozinhas, que alguém esbarre em você e sorria, que iniciem conversas, que ao dobrar a rua encontre o lugar que mais te emociona... se deixa na tentativa de se encontrar. Deixa o corpo escorregar pelas ruelas, deixa os olhares cruzarem, em uma tarde sorri mais que em todos os seus momentos mais felizes. Estar sozinha dá tranqüilidade,  leveza... esquece do tempo, dos fantasmas guardados em uma caixa que só deve ser aberta no retorno. Tudo se desprende de você para deixar o corpo e a alma livres para aqueles breves dias. Tem a esperança das experiências alheias, dos filmes, dos livros, das músicas que sai cantarolando sozinha enquanto anda pela cidade. Mal importa o que pensam, o que vêem, a liberdade se apropria tanto que o corpo reage naturalmente. A partir daí qualquer coisa pode acontecer. 

obs. hora de pensar em uma viagem! 

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