quinta-feira, maio 13, 2010

sozinha

senta mais perto, a mão aproxima devagar. não precisa falar. o som conta o início da história. que talvez comece só do lado dela. enquanto deixa ficar com o tempo, com a brisa. o vento que bate forte no rosto, que arrasta cinzas pra perto dos olhos força uns pensamentos e umas imagens inatingiveis.
 ficou sozinha esse tempo. conversas imaginárias e todo o resto só aqui. só dentro dela. pedindo calma, pedindo tempo. pedindo volta. volta que me impede. parece que o corpo sente, que falar é desnecessário. e quando se percebe o tempo da história passou, e todos deixaram passar. ao fim do dia, caminham para lados opostos, vidas opostas. não há mais encontro. nem sentido. a sensação passa em algum momento. e mais uma vez, alguém prende tudo no corpo, pior que isso. prende mais forte. os sentidos afloram. e a beleza transborna em um liquido salgado que cai dos olhos.  andam a distância, por caminhos paralelos. que acidente da mundo pode colocá-los no mesmo lugar?

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