quinta-feira, dezembro 16, 2010

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traz a saudade pra perto. foi daquelas pessoas em que a falta às vezes significava mais que a presença. olhava nos olhos sim, mais que nos olhos do corpo. a alice que atravessou o espelho e esqueceu de voltar. gruda o corpo na porta de casa, tenta saltar da janela, consagra esses sentimentos estúpidos que a fazem correr mais rápido sem saber pra onde. esbarra em portas de vidro, atravessa paredes do quarto e fica flanando por entre seres estranhos que comungam de suas compulsões e vícios. não procura suas qualidades nos outros, valoriza os defeitos. absorve toda a insubordinação, toda a impulsividade, imaturidade seja o que for. de um segundo a outro transforma essa sensação estranha e restaura uma vida comum e cotidiana demais. 

2 comentários:

Rafael Ayala disse...

a tua escrita tem um particularidade.
consegue nos transmitir com força o que está sentindo, pensando.
é forte, pulsante.

Rafael Ayala disse...

e tem um jeito único de observar esse nosso estranho mundo.
=]