domingo, março 18, 2007

moldura

[construção de cena.] o rosto apoiado nas mãos. era de tanta beleza. de tantos pudores. que ninguém a olhava completamente. sequer de longe. sua moldura, uma janela. de frestas abertas. escura, no meio de um muro amarelo. nada de paisagens habituais. janelas e muros, nada de asfalto...fugindo de composições lógicas. a admiração, afinal, precisa de proximidade. ultimamente só tem escutado sua voz ao telefone. o ruído distante, frases vazias, tantas palavras soltas. jogadas no meio da conversa. gritos. por fim, pontos de exclamação. passava as horas, ali. revezando a mão apoiando o rosto. suspirando. em pedidos e desejos. vai imaginando a vida jogada ao mundo. sem moldura. sem cenários. perdeu sua casa, sua janela, seu muro amarelo...e tudo o que via dali.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dando sinal de vida...beijo...estou sempre acompanhando teus textos......
Dudu.