por esses dias tenho observado de longe a vida. como um peso nas mãos, que tenta imitar uma caneta que corre à distancia por várias histórias. passou horas... sentada diante do mundo, daquela janela vermelha aberta...um quadro de rua deserta e céu lindo. pairava uma imagem resistente, cheia de declarações, com medo, com gritos e versos presos na garganta. e tentou pular. acreditando ter asas. daquelas que tranpõem qualquer muro, qualquer medo. como se andasse numa estrada feita pros seus pés, com braços esperando pra segurá-la. talvez em algum momento... a sua história, o seu menino...aquele que corria de pés descalços, que via asas nas costas e pulava de tão alto, a puxassse pela mão outra vez. de uma forma tão simples, que bastava que a olhasse, bastava perceber aquele frágil olhar preso à ela ...como se olha pro mar...com fascinação, com desejos, por vezes com pudores, com amor... daquele frágil, que quebra com uma onda mais forte, que faz gritar insultos, que brande arrependimentos, daquele masi perfeito amor humano. não queria ser puxada pelas asas talvez. mas será que essa simplicidade de amor....não a deixaria somente observando na beira da duna, no alto...com asas nas costas...cortadas ou não. mas que a mantinham no chão. queria subir o mais alto... queria o mundo visto das alturas...queria o vento no rosto, a leveza... queria sua essência de volta. mas parece acostumar-se à vida vista pela janela vermelha da sala...o menino ainda dormindo! queria sentir o frescor da manhã sozinha... como se restaurasse o seu vôo... como se de uma caixa vazia fizesse brotar todos os seus sonhos guardados. não ouviria sequer um grito. a felicidade só a fazia explodir em sorrisos. tirou a caixa do armário velho. vestiu aquele vestido de menina...pôs uma flor do cabelo. e pela janela vermelha. daquele seu décimo andar. foi voar, com suas asas, com seus sonhos, pela última vez.
4 comentários:
hm... achei bonito, mas deu medo.
Deu vontade de criar asas, pular da minha janela (do quarto andar mesmo)e esquecer todo mundooooooooooooooo
Lindo, amei!!!
Um texto bem romântico
Bonito, bonito
Pô, Pri, fudido, muito bom... como poucos, como poucos...
Beijo.
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