sexta-feira, abril 16, 2010

encontros

num encontro desses. um lugar meio fechado, meio exposto. uma noite só. podiam ser tantas. fica um pedaço na memória, um pouco no gosto, no desejo, no querer sentir e tocar de novo. quem sabe. quem sabe o que pode acontecer, até mesmo em um curto intervalo de tempo. podem surgir novas pessoas. posso finalmente conseguir me despedir de algumas. posso rever uma dessas que encontrei e conheci pela vida em 40 minutos de conversa em um aeroporto, em uma cidade meio longe daqui. quem sabe. só não pretendo me deixar presa à essas expectativas e idéias que não se firmam, que não se deixam claras. tem um medo enraizado no corpo. um desejo enraizado na carne. uma sensação de que as coisas, todas elas, permaneceram inacabadas. e quanto mais fica longe, quanto mais demora pra ver, falar. a vontade aumenta. o desejo aumenta. me daria uma tarde, uma noite, uma manhã. o tempo inteiro de um dia. de uma semana. só pra trazer de volta à memória. só pra encontrar e deixar viva a sensação que tivemos juntos. não foram suficientes. preciso demais. quem não precisa? quem não quer?

uma vontade de andar pela rua de madrugada. a cidade quente. a temperatura da noite instiga. faz querer mais que descansar. um copo de uma bebida gelada. o último cigarro solto no maço. deixando que chegue às três da manhã. talvez o tempo não conte de fato tudo o que se pode viver. um mês curto. um mês longo. o tempo inteiro com a impressão que durou mais. quero segurar a mão. quero andar. quero te olhar de novo. mais de perto. mais perto. até que toque. até que os sentidos se alternem. do olhar ao tato.

são umas vontades soltas. que não se fixam em ninguém. talvez momentaneamente. talvez agora. talvez esteja claro pro mundo, pra quem me conhece, de onde o alvo se aplica. as pessoas vão sim, reconhecer a cidade. reconhecer o rosto. a voz. elas entendem.

por que agora parece me fazer mais falta? por que deixei essa história tão inacabada que agora volta quase por completo? acho que não me recupero. que não esqueço. que tudo fica meio preso em mim. os sentimentos. por todas as pessoas que já passaram. não foram tantas assim. mas essas poucas ainda não me deixam esquecer.

Um comentário:

Rafael Ayala disse...

Essas vontades soltas assim de viver a história independente dos outros personagens... Eu tenho vontade de passar um tempo com alguém na serra, em uma casa na praia, ver aquele filmezinho com chuva lá fora... Algumas, eu bem queria que fossem, mas não são assim tão soltas...

E bem, algumas pessoas e momentos são inesquecíveis mesmo...
E nosso encontro desencontro vai sair não é? hehehhe
Beijos!
=]