terça-feira, junho 01, 2010

amenidades

sem amenidades. chuva forte durante a manhã. o sono acompanha o dia. o café forte já não surte efeito. saiu mais cedo. esperou mais tempo. o corpo em sentido oposto. a sensação da pele queimando, do olhar perdido. a voz rouca. impedindo o dia mais longo. nada de paredes brancas. nada de felicidades simples. fica imersa. deixa a água mais quente tocar. tranca o quarto, janelas, portas, esperanças. fica a mercê da opinião alheia. se entrega. mais.

as pessoas mudam? as pessoas escolhem? são.

tem uma essência que marca e prende e liberta. e grita do alto de onde fica durante a tarde. deixa-se na varanda do décimo andar. o céu vermelho dando lugar à lua. mais cheia mais cheia. se impregna de palavras soltas e sentimentos livres. se encolhe em si. se encontra mais longe. no lugar que ainda não conhece, no tempo que ainda não imagina. as vidas andam. assumem forças. encontram-se pelas calçadas e esquinas. dentro e fora de lugares e quartos comuns. seja perto. seja forte. seja uma semelhança e um encontro aleatório com quem nunca imaginou. a surpresa se enche e se embala em um conto estranho. daqueles que dizem pouco e muito. daqueles que mudam a vida sem fazer diferença. segue pelas contradições, pelos caminhos inesperados, pelas escolhas variantes. cheio de espinhos que furam e sugam um pouco daqui. de si. dela. do corpo. da alma. da paz. é a calma apresentando o olhar diverso. é a raiva acompanhando a dispersão.  leve-se. eleve-se. livre-se do alheio e vai conhecer a si mesma, enquanto sente a água tocar os pés.

em percurso. de escolha em escolha. de detalhe em detalhe. do caótico e gritante olhar. ao excesso de tranquilidade e equilibrio.

pára de sonhar com a vida. e segue. e apega. e prende. e ama. e sonha. e fala. e grita. deixa que contem. e parafraseando uma música dessas da vida "deixa viver".

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